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OH POR FAVOR… Não, não leiam em jeito de pedido de atenção/ajuda, mas sim com a entoação de quem já não aguenta o que está a ver/ouvir.
(créditos na imagem)
Terminada a viagem, começa o maior dos problemas.
Por norma, nesta altura, inicia-se uma discussão de 1h30 para decidir qual o melhor espaço para construir o condomínio.
Desta feita valeu-nos um espaço muito agradável já utilizado em anos anteriores.
Perto da piscina, da casa dos grelhadores/cozinha e dos balneários/WC’s (muito importante principalmente de madrugada, que a malta passou dos 40).
Poupada 1h30 toca a limpar o terreno. Tirar pedras, limpar ervas secas (com ancinho e tudo, que pensais vós). Terreno limpo, faz-se um cálculo da área a ocupar e começa a 1ª dose de pó contra formigas (e outros).
Estendem-se várias lonas para o chão ficar mais confortável. Está torta, já não está, mais para esquerda, mais para a direita.
Fixa-se tudo com estacas, mas são mais as que se entortam do que as que entram á primeira.
Abre-se a tenda e passam-se os coisos pretos as varas para dar forma. 3 pessoas ficam a segurar a dita enquanto o desgraçado do Sr. Agente continua a pregar estacas!
A procissão ainda vai no adro.
Sou a aguadeira de serviço pelo que está na hora de distribuir águas e preparar mais umas sandochas. Abre-se umas minis que ainda não estão muito quentes!
Mais estacas. Cada vez ficam mais tortas, o Sr. Agente já bufa!
Tenda montada! Posto o chão interior da tenda, o frigorifico é o 1º a entrar e é logo ligado no máximo (há que manter a cerveja fresca).
Monta-se os quartos individuais (2) e aqui chega outra parte que me pertence:
- Encher colchões á bomba, óptimo para coxas e glúteos.
Quando estes cedem ponho-me de joelhos no chão e parece que estou a fazer massagem cardiorrespiratória á bomba. Óptimo para os braços!
A T e a mãe começam a passar as malas para cada um dos quartos e a preparar as caminhas.
Monto a mini despensa e começo logo a arrumar os açucares, cafés, temperos, massas, etc. etc. etc.
O sr. Agente está neste momento a tratar da sombra.
Estende uma rede por cima da tenda e prende com cordas ás árvores. Mas as árvores não estão todas perto…
Torna-se uma verdadeira prova de esforço puxar as cordas de nylon, sem luvas, para as amarrar ás bicharocas que estão a 5 metros de distância!
Feito!
Monto uma mini tenda individual dentro da “tenda mãe”. Esta é a minha suite privada.
Ah, porra… falta o avançado!
Toca a montar a pérgula á frente da tenda. Este é o espaço de refeições e lazer!
Mais estacas!
Vou lavar toda a louça (outra tarefa minha) que esteve guardada um ano.
Estica-se a corda da roupa com as molas a jeito. Põe se a mesa com a toalha amarela e uma miniatura de vaso com flores de plástico… (sim) e as cadeiras.
Pomos os baldes, vassouras e pá a jeito!
Guardam-se as caixas e plásticos no atrelado, colocamos as velas de citronela a preceito.
Enche-se o interior e exterior da tenda + a corda da roupa com baygon!
Olhamos á volta e temos vontade de chorar.
Passaram 6horas (14 se contarmos com toda a preparação e viagem). Estamos mortos
Mas está pronta a mansão! E sabe tão bem…
Para mim há 3 espécies de campistas:
- Aqueles para quem basta uma tenda e um saco cama, e para quem é indiferente estar num parque ou a fazer campismo selvagem.
- Aqueles que têm uma casa montada todo o ano num qualquer parque de campismo por norma na Costa da Caparica a 20 minutos da sua casa onde não faltam: ar condicionado, aquários com peixes, naperons e mantas de croché no sofá (isto para mim não é campismo)
- Aqueles que, não tendo a casa montada todo o ano, não prescindem de alguns confortos e levam a casa atrás!
Ora, é nesta 3ª categoria que a minha malta se insere…
Com este post poderão ficar apenas com uma pequena ideia da logística necessária para umas pequenas férias ao ar livre.
6h30 Alvorada: banho e pequeno-almoço (que aqui a moça acorda sempre preparada para comer um javali. Dos pequenos.
7h30 O início (da carga) dos trabalhos: Toca a ir buscar o atrelado, a mala do tejadilho do carro e o indispensável frigorífico. Nesta fase, e apenas nesta fase, toda a energia consumida ao peq.almoço… é consumida.
8h30 Tetris: A mala é posta no tejadilho e ele é vassouras, pás, baldes, alguidares e sabe-se lá mais o quê (We will never know).
O frigorífico é posto na mala do carro. Por mim, nesta altura, estaríamos prontos a arrancar.
Lá dentro, porque há que aproveitar todo o espaço, vão os artigos de despensa, pratos, copos, talheres, travessas, taças, tachos e frigideiras.
Põem-se malas, retiram-se malas. “Espera aí que afinal faltam 2 malas” e num espectáculo digno de um nível 50 de Tetris, esta parte fica pronta.
10h00 Já a suar: Prende-se o atrelado “Bolas que não temos as guias (rede/esticador)” Enquanto o Sr. Agente entope o mini veiculo com tendas, colchões, lonas, ferramentas e molas da roupa, eu e a T vamos á loja do oriental comprar o que falta.
10h30 A partida (1ª tentativa): “Está tudo? Bora pá, senão nunca mais chegamos”
Afinal ainda falta as geleiras com águas e comida para a viagem, mais as malas de mão, mais o catano!
Liga-se o carro e o dito não pega porque esteve 3 horas com os 4 piscas ligados.
Vêm os suores frios… Passa um conhecido, procuram-se cabos e lá pega de encosto (sem malandrice).
11h00 A partida: Num verdadeiro desafio ás leis da física lá vão os 5 felizes e contentes estrada a fora!
11h15 A fome: “Não há pr'aí uma sandes?” Pergunta o Sr. Agente que não come há 5 horas.
11h16 Linha de montagem: Muitas fábricas teriam a aprender connosco, como se gere uma linha de montagem (sem parar o carro). Enquanto um parte o pão, outro saca da caixa de panados fritos ás 6h da manhã, frasco da maionese entre as pernas, caixa com folhas de alface lavadas, noutro colo! Saem 5 sandes de panados, minis e coca-colas enquanto a viagem segue!
11h42 Paragem: no meio do Alentejo para o Nº11 resolver uma necessidade.
14h00 A22: O destino está á vista mas é preciso esticar as pernas, confirmar se os WC’s da área de serviço estão limpos, repor os níveis de açúcar e bora lá.
14h30 O destino (ainda está longe): O circo chega ao parque de campismo! Ufa
Ufa o caraças… e montar a tenda?...
Não vos vou maçar mais hoje. No próximo post detalho as 6 horas (sim, 6 horas) necessárias á montagem da mansão!
(mais espaço houvesse, mais tralha serria)
Ah as férias…
Essa altura que demora tanto a chegar e passa á velocidade da luz!...
Este ano fui acampar uma semaninha com a T, o Sr Agente, o Nº 11, a mãe da T e uns dias por outros ainda nos encontrámos com alguns amigos, neste caso, pessoas que se infiltraram sem convite!
(mentira mentira gostámos muito do infiltranço).
Apesar de ser uma criatura nada dada á vida no campo - única e exclusivamente por neste haver milhares de seres com mais de 4 patas - adoro acampar!
É uma questão de levar Baygon suficiente e em vários formatos (pó, spray, difusor,…)
Bichos á parte, há algo de absolutamente único que une os amantes desta prática e que desde sempre me fascinou:
Em que outra altura pessoas se cruzam e se cumprimentam em pseudo-pijama, enquanto transportam o seu rolo de papel higiénico debaixo do braço? É fantástico!
No entanto, faz-me alguma confusão que estas criaturas nunca levem também um sabonetinho para lavar as manápulas!
Aqui a pessoa anda com um saquinho devidamente apetrechado com o papel e com uma saboneteira.
Lá porque é campismo e as refeições são temperadas a pó, não há porque não lavar devidamente as mãozinhas.
Aqui fica por isso o meu conselho: campismo sim, mas de mãos lavadas e a cheirar a repelente de insetos!
Nos próximos dias, logo que a preguiça o permita, algumas dicas sobre campismo!
(após a escolha do sitio e limpeza do terreno, a 1ª dose de baygon em pó)
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